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H3N2: o novo vírus da gripe. Conheça os sintomas, vacina e mais


O que é o H3N2?

O H3N2 é um subtipo do vírus da influenza A, responsável pelo maior surto de gripe nos EUA nos últimos anos, com mais de 47 mil pessoas infectadas. Recentemente, chegou no Brasil e chamou a atenção das autoridades da saúde.

Originalmente, o H3N2 não é um vírus que afeta humanos, sendo mais comum em espécies como aves e suínos. Contudo, a transmissão entre pessoas é possível. Dessa forma, fica conhecido como vírus variante.

O nome H3N2 corresponde aos dois tipos de proteína em sua superfície de revestimento, sendo elas a hemaglutinina (H) e a neuraminidase (N).

Apesar de já se ter histórico de casos da doença, em 2018 o vírus se mostrou uma ameaça maior. No Brasil, até então, já se tem registro de mortes provocadas pela condição.

De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, até o momento, o vírus está circulando em 13 estados brasileiros e já provocou mais de 50 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, em inglês).

Em crianças e idosos o vírus se torna mais preocupante, mas deve ser prevenido por todas as pessoas, especialmente as que pertencem aos grupos de risco da doença, como mulheres grávidas, gestantes, trabalhadores da saúde e indígenas, por exemplo.

Por ser uma gripe sazonal, a campanha de vacinação se prepara para atender a população para que esteja prevenida durante os meses em que a doença tem maior incidência, entre maio e setembro.

Os sintomas da H3N2 são comuns ao da influenza A H1N1. É uma doença que possui tratamento e cura. Contudo, pode apresentar complicações sérias de saúde e levar à morte.

Como prevenir a H3N2

A prevenção da H3N2 não se distancia muito do que deve ser feito para evitar a gripe comum. Mesmo em épocas de surto, é possível seguir alguns passos para evitar essa doença. Conheça os principais:

Lave bem as mãos É importante manter as mãos bem limpas. Lembre-se de higienizá-las com frequência, principalmente antes de qualquer refeição. Quando estiver em um ambiente em que não seja possível lavá-las, busque utilizar álcool gel. Principalmente no inverno, carregar consigo o álcool gel facilita a higienização e ajuda a prevenir essa e outras doenças.

Após tossir e espirrar, também é importante lavar as mãos, para não espalhar o vírus pela superfície dos objetos.

Evite ambientes lotados e fechados Evitar ambientes lotados e com pouca ventilação pode ajudar a conter e prevenir a transmissão do vírus. Por essas condições, esses lugares se tornam um fator de risco para doenças transmissíveis por secreções respiratórias como a influenza.

Em casa, procure deixar portas e janelas abertas, para melhorar a circulação. Em transportes coletivos, também. Mesmo com temperaturas baixas ou com tempo chuvoso, priorize a saúde coletiva e mantenha sempre uma brecha para o ar circular.

Mantenha uma alimentação saudável Ter uma alimentação saudável ajuda a fortalecer o nosso sistema imunológico. Consumir de forma natural boas quantidades de vitamina ajuda a prevenir a gripe e traz inúmeros benefícios à saúde.

Não compartilhe objetos pessoais Apresentando algum dos sintomas ou não, evite compartilhar objetos pessoais que possam ser responsáveis pela transmissão do vírus como talheres, copos, garrafas e pratos.

Use lenços descartáveis e cubra boca e nariz ao espirrar

Diante dos sintomas da gripe como tosse e espirro, use lenços descartáveis para higiene nasal. Além disso, cubra sempre o nariz e boca enquanto espirrar ou tossir, para não espalhar o vírus.

É recomendado que se evite tocar mucosas de olhos, nariz e boca. Quando se há o contato, deve ser feita uma higiene adequada.

Evite contato com pessoas que apresentam os sintomas Para prevenir a sua saúde, é importante evitar o contato muito próximo com pessoas que apresentam os sintomas da doença. Durante o tratamento, uma das recomendações é que os pacientes mantenham repouso e evitem contato com outras pessoas saudáveis para não correr o risco de espalhar o vírus.

Se alguém próximo a você, como um colega de trabalho ou estudo, está com os sintomas da doença, oriente-o para que procure ajuda médica e tire alguns dias para repousar.

Vacina A vacinação é a forma mais eficiente de prevenção à doença e para se evitar complicações. Anualmente, se tem campanhas de vacinação para prevenção da influenza A. No Brasil, em 2018, deve começar a partir de 23 de abril.

As vacinas são disponibilizadas tanto por laboratórios particulares quanto pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nos laboratórios particulares, o preço médio é de 130 reais. Para os grupos considerados de risco, o SUS deve disponibilizar gratuitamente a vacina.

Nas campanhas atuais, as vacinas ofertadas são trivalentes, ou seja, capazes de proteger o paciente contra a influenza A (H1N1 e H3N2) e influenza B, considerados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) os vírus de maior importância epidemiológica.

Considerando o quanto esse vírus passa por mutações, é necessário que se tenha, todo ano, uma atualização da vacina, para atender a necessidade da população naquele momento.

De acordo com a OMS, a vacina aplicada em 2018 será de acordo com as cepas do vírus que estão em circulação no mundo, o que inclui o H1N1, H3N2 e o vírus da influenza B.

A vacina, sendo assim, é o resultado da combinação de vírus similares aos três tipos de cepas. Ainda que a campanha de vacinação tenha foco nos grupos mais vulneráveis ao vírus, é recomendado que todos que puderem receber o imunizante, o façam.

Quem pode tomar? Todas as pessoas podem receber a vacina, mas para os grupos de risco, ela se torna indispensável. De acordo com a Ministério da Saúde, os seguintes grupos devem ser priorizados:

  • Crianças de 6 meses a 5 anos de idade;

  • Pessoas com idade acima de 60 anos;

  • Gestantes;

  • Trabalhadores de saúde (médicos, enfermeiros, recepcionistas de hospitais, seguranças etc.);

  • Povos indígenas;

  • Puérperas (até 45 dias após o parto);

  • Funcionários do sistema prisional;

  • População em cárcere;

  • Professores de rede pública ou privada;

  • Pessoas que possuem alguma condição clínica ou doença crônica não transmissível (diabetes, obesidades, transplantados, doença renal, hepática ou cardíaca, portadores de trissomias).

Sintomas do H3N2

Os sinais de gripe não são novidade para a maioria das pessoas, mas quando se trata da influenza A, é importante relembrar todos os sintomas atentamente, para se prevenir do subtipo H3N2 e do já conhecido H1N1.

Entre esses dois subtipos, não há grandes diferenças entre os sintomas. Eles causam, na maioria dos casos, os mesmos efeitos no paciente.

No início, quando o vírus ainda está incubado, o paciente não sente os sintomas e não sabe que está infectado. Com o alastramento do vírus pelas vias áreas, os sinais iniciais se manifestam. Essa fase pode levar de um a quatro dias.

A principal característica da doença é a infecção aguda das vias áreas, com febre acima de 37 ºC e 38 ºC, sendo mais frequente em crianças. Outros sintomas iniciais são as dores musculares, dor de cabeça e cansaço.

Esse sintoma se mostra mais permanente durante a infecção, onde se tem um declínio após 2 ou 3 dias da temperatura, normalizando por volta do sexto dia da evolução da gripe.

Quando o paciente está com tosse seca intensa e nariz escorrendo, o seu corpo já está em uma fase mais avançada na luta contra os vírus invasores. O ato de tossir e espirrar é uma resposta do organismo para limpar esses detritos.

Com a percepção destes sinais, é possível distinguir a gripe de um resfriado comum. As dores e a febre são um sinal de que o organismo precisa de mais líquidos, pois o ataque dos anticorpos aos vírus provoca uma maior desidratação.

Nesse processo, é comum que a urina se torne mais escura e que o paciente sinta uma necessidade menor de urinar.

Outros sintomas presentes são:

  • Dor de garganta;

  • Corrimento nasal excessivo (rinorreia);

  • Dor nas articulações (artralgia);

  • Calafrios;

  • Mal-estar;

  • Dor de cabeça (cefaleia);

  • Dores musculares (mialgia);

  • Tosse seca;

  • Fraqueza;

  • Vômito;

  • Diarreia;

  • Fadiga;

  • Vermelhidão nos olhos (hiperemia conjuntival);

  • Rouquidão.

Diante da possibilidade de ser influenza A, é fundamental que o paciente não ignore os sintomas listados. Muitas pessoas acabam tendo complicações por não reconhecerem os sinais como algo importante, interpretando apenas como um resfriado ou gripe comum.

Em crianças, sintomas como lábios e pele azulados, desidratação, respiração com dificuldade ou muito acelerada, sonolência, irritabilidade ou febre com erupções cutâneas, devem ser levadas ao médico de imediato.

As pessoas, de um modo geral, devem buscar ajuda médica diante de sintomas como vômito, dores no peito, falta de ar, dores abdominais, tonturas ou confusão repentina.

Se houver suspeita, procure ajuda médica para receber o diagnóstico adequado e nunca realize a automedicação.

Diagnóstico

Os médicos que podem ajudar o paciente são o clínico geral, infectologista e pneumologista. Geralmente, o primeiro contato será com o clínico geral.

Basicamente, o diagnóstico é feito através de uma amostra de secreção da nasofaringe. Preferencialmente, essa amostra deve ser coletada durante os três primeiros dias desde o surgimento dos primeiros sintomas.

Além do exame laboratorial para identificar a presença do vírus, o médico também deve levar em conta os sinais da doença, como a febre alta, o sinal mais comum durante os primeiros dias da gripe.

Diferença entre H3N2 e H1N1

O H3N2 e o H1N1 são subtipos do vírus da Influenza A, sendo os mais prevalentes em casos da doença. Em anos anteriores, quando se teve relatos de surtos da gripe, a causa era significativamente provocada pelo subtipo H1N1.

Recentemente, o quadro mudou e o número de casos da doença se tornou muito maior pelo subtipo de H3N2. Contudo, apesar das inúmeras variações que esses vírus podem sofrer, ambos são capazes de causar grandes epidemias e mortes.

Sendo assim, a única diferença é a de que pertencem a cepas distintas, isto é, vírus de diferentes estirpes que descendem de um mesmo tipo, no qual compartilham de semelhanças morfológicas ou fisiológicas.

Como acontece a transmissão?

A transmissão do vírus H3N2 ocorre da mesma forma que no H1N1. Acontece, sendo assim, por contato direto com as secreções das vias respiratórias, de pessoa para pessoa ou por contato indireto com uma superfície em que a pessoa infectada depositou o vírus.

No trato respiratório do infectado, os vírus se replicam nas células epiteliais colunares e se misturam as secreções. Através da tosse, espirro ou fala, se espalham por essas pequenas partículas de aerossol.

A entrada do vírus em nosso organismo se dá pela boca, olhos e nariz. Também pode acontecer pelo contato com objetos de pessoas infectadas ou superfícies em que o vírus se alojou.

Nesse aspecto, é importante tomar cuidado, pois o vírus pode sobreviver por 24 a 48 horas fora de um organismo vivo. Assim, se torna indispensável a higienização de superfícies como teclados de computador, maçanetas e mesas compartilhadas no trabalho.

Questões relacionadas ao ambiente também interferem na transmissão da doença. Em lugares em que a umidade relativa do ar é menor, maior será a chance de transmissão do vírus, devido ao clima seco.

Quando já instalado no trato respiratório do paciente, o período de incubação do vírus é bem curto, durando entre 1 a 4 dias.

De modo geral, a transmissão ocorre a partir de 1 dia antes do início dos sintomas até 7 dias após os primeiros sinais.

O seu período de transmissibilidade, no entanto, pode variar de acordo com a idade e condição clínica do paciente. Em crianças e imunossuprimidos, por exemplo, essa janela pode ser muito maior.

Uma única pessoa infectada é capaz de transmitir a doença para um número muito grande de pessoas e, assim, espalhar o vírus e aumentar o risco de uma epidemia.

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